*Ana Emilia Iponema Brasil Sotero
No Dia Internacional de Combate à Violência contra as Mulheres, comemorado em 25 de novembro, muitos são os sinais apresentados por uma mulher que foi ou está sendo vítima de violência, eles vão além das desculpas de quedas e batidas para explicar sinais físicos evidentes, mas outros comportamentos indicam também violência psicológica. A auto-estima destas vítimas é baixíssima e demonstram grande tristeza ou depressão; a mulher fica mais fechada e passa a falar menos; repentinamente deixa de ter vida social; evita visitas e também a companhia de amigos e parentes; sua aparência torna-se mais desleixada e as ausências no trabalho tornam-se mais freqüentes.
Segundo o Relatório Mundial sobre Violência e Saúde (OMS, 2002), principal referência e consenso mundial sobre o tema, as mulheres que passaram por abuso físico ou sexual na infância ou na fase adulta desenvolvem mais problemas de saúde do que as outras mulheres. Elas são mais predispostas ao adoecimento psíquico, ao desenvolvimento de comportamentos de risco, o que incluiria maior adesão ao tabaco, à inatividade física e abuso de álcool e drogas.
Os dados, divulgados no último dia 25 de novembro pela Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, indicam que 93% do total de denúncias foram feitas pelas próprias vítimas. A maioria dos casos (78%) é de crimes de lesão corporal leve e ameaça. A metade dos agressores são cônjuges das vítimas.
Outro destaque do balanço indica que 69% das mulheres que recorreram ao serviço 180 relataram sofrer agressões diariamente e que 34% delas se sentem em risco de morte. Em meio aos agressores, 39% não fazem uso de substâncias entorpecentes ou de álcool e 33% vivem com a vítima há mais de dez anos.
Dos 86.844 relatos de violência, registrados entre 2007 e 2009, 53.120 foram de violência física, 23.878 de violência psicológica, 6.525 de violência moral, 1.645 de violência sexual, 1.226 de violência contra patrimônio, 389 de cárcere privado e 61 de tráfico de mulheres. Apenas entre janeiro e outubro de 2009, a Central de Atendimento à Mulher registrou 269.258 denúncias - um aumento de 25% em relação ao mesmo período de 2008, quando houve 216.035. Do total de atendimentos, 47% foram buscas por informações sobre a Lei Maria da Penha, com 127.461 atendimentos. Entre 2006 e 2009 aumentou de 51% para 55% o número de pessoas que declararam conhecer ao menos uma mulher que já sofreu ou sofre agressões de seu parceiro ou ex. A maioria das mulheres que buscaram a Central de Atendimento à Mulher (Disque 180) entre 2007 e 2009 é negra (43,3%), tem entre 20 e 40 anos (56%), está casada ou em união estável (52%) e possui nível médio (25%). O dado é um dos resultados da pesquisa Percepções sobre a Violência Doméstica contra a Mulher no Brasil realizada pelo Instituto Avon e pelo Ibope, apresentada no começo deste ano.
Outras informações importantes e obtidas durante o 14º Fórum Interprofissional sobre a Violência Sexual e o Aborto Previsto em Lei, realizado pela Rede Feminista de Saúde de 14 a 16 novembro último, em parceria com a FEBRASGO, CEMICAMP (UNICAMP) e Ministério da Saúde, o país dispõe hoje de 428 delegacias especializadas para mais de 5 mil municípios, a maioria concentrada na região sudeste do Brasil; 138 centros de referência, 68 casas abrigo, 442 serviços de saúde que atendem mulheres vítimas de violência sexual, 64 juizados especiais e 41 defensorias públicas especializadas.
O levantamento apontou ainda que a maioria da população acredita que educação, capacitação e informação somados a mudança de comportamentos são essas as melhores formas de combater a violência doméstica. Por isso, a preocupação com o assunto vem crescendo e pesquisados de ambos os sexos; independentemente de terem sido vítimas ou não de agressão; afirmam que a violência contra a mulher dentro de casa é o tema que mais preocupa as brasileiras. Esta preocupação vem crescendo desde 2004, quando 50% pensavam assim, subindo para 55% em 2006 e para 56% em 2009.
Para que aja a real mudança de mentalidade e atitude há necessidade da conscientização e sensibilização urgente dos governantes, gestores e gestoras em investir em “gente”. Priorizando capacitação, levando conhecimento e informação a cada cidadão e cidadã deste país, enfatizando as crianças e adolescentes. Preparar e capacitar professoras e professores (que são formadores de opinião). Os valores éticos, morais e religiosos têm que ser resgatados e as famílias reestruturadas. E assim juntos, escola, família e sociedade terão condições de assistir amanhã homens e mulheres vivendo em condições de igualdade e sem as violências doméstica e a urbana que assolam diuturnamente este imenso Brasil.
Segundo o Relatório Mundial sobre Violência e Saúde (OMS, 2002), principal referência e consenso mundial sobre o tema, as mulheres que passaram por abuso físico ou sexual na infância ou na fase adulta desenvolvem mais problemas de saúde do que as outras mulheres. Elas são mais predispostas ao adoecimento psíquico, ao desenvolvimento de comportamentos de risco, o que incluiria maior adesão ao tabaco, à inatividade física e abuso de álcool e drogas.
Os dados, divulgados no último dia 25 de novembro pela Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, indicam que 93% do total de denúncias foram feitas pelas próprias vítimas. A maioria dos casos (78%) é de crimes de lesão corporal leve e ameaça. A metade dos agressores são cônjuges das vítimas.
Outro destaque do balanço indica que 69% das mulheres que recorreram ao serviço 180 relataram sofrer agressões diariamente e que 34% delas se sentem em risco de morte. Em meio aos agressores, 39% não fazem uso de substâncias entorpecentes ou de álcool e 33% vivem com a vítima há mais de dez anos.
Dos 86.844 relatos de violência, registrados entre 2007 e 2009, 53.120 foram de violência física, 23.878 de violência psicológica, 6.525 de violência moral, 1.645 de violência sexual, 1.226 de violência contra patrimônio, 389 de cárcere privado e 61 de tráfico de mulheres. Apenas entre janeiro e outubro de 2009, a Central de Atendimento à Mulher registrou 269.258 denúncias - um aumento de 25% em relação ao mesmo período de 2008, quando houve 216.035. Do total de atendimentos, 47% foram buscas por informações sobre a Lei Maria da Penha, com 127.461 atendimentos. Entre 2006 e 2009 aumentou de 51% para 55% o número de pessoas que declararam conhecer ao menos uma mulher que já sofreu ou sofre agressões de seu parceiro ou ex. A maioria das mulheres que buscaram a Central de Atendimento à Mulher (Disque 180) entre 2007 e 2009 é negra (43,3%), tem entre 20 e 40 anos (56%), está casada ou em união estável (52%) e possui nível médio (25%). O dado é um dos resultados da pesquisa Percepções sobre a Violência Doméstica contra a Mulher no Brasil realizada pelo Instituto Avon e pelo Ibope, apresentada no começo deste ano.
Outras informações importantes e obtidas durante o 14º Fórum Interprofissional sobre a Violência Sexual e o Aborto Previsto em Lei, realizado pela Rede Feminista de Saúde de 14 a 16 novembro último, em parceria com a FEBRASGO, CEMICAMP (UNICAMP) e Ministério da Saúde, o país dispõe hoje de 428 delegacias especializadas para mais de 5 mil municípios, a maioria concentrada na região sudeste do Brasil; 138 centros de referência, 68 casas abrigo, 442 serviços de saúde que atendem mulheres vítimas de violência sexual, 64 juizados especiais e 41 defensorias públicas especializadas.
O levantamento apontou ainda que a maioria da população acredita que educação, capacitação e informação somados a mudança de comportamentos são essas as melhores formas de combater a violência doméstica. Por isso, a preocupação com o assunto vem crescendo e pesquisados de ambos os sexos; independentemente de terem sido vítimas ou não de agressão; afirmam que a violência contra a mulher dentro de casa é o tema que mais preocupa as brasileiras. Esta preocupação vem crescendo desde 2004, quando 50% pensavam assim, subindo para 55% em 2006 e para 56% em 2009.
Para que aja a real mudança de mentalidade e atitude há necessidade da conscientização e sensibilização urgente dos governantes, gestores e gestoras em investir em “gente”. Priorizando capacitação, levando conhecimento e informação a cada cidadão e cidadã deste país, enfatizando as crianças e adolescentes. Preparar e capacitar professoras e professores (que são formadores de opinião). Os valores éticos, morais e religiosos têm que ser resgatados e as famílias reestruturadas. E assim juntos, escola, família e sociedade terão condições de assistir amanhã homens e mulheres vivendo em condições de igualdade e sem as violências doméstica e a urbana que assolam diuturnamente este imenso Brasil.
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