*Ana Emilia Iponema Brasil Sotero
A história tradicional descreve a mulher brasileira, sobretudo a mulher branca, como esposa obediente, reclusa e passiva. Associa a mulher à natureza e o homem à cultura, negando à primeira visibilidade na história. Na educação os ensinamentos centravam-se na religião e moral. Fora do âmbito familiar, a educação feminina restringia-se ao aprendizado das boas maneiras e das prendas domésticas, excluindo-se do processo de educação da mulher a aprendizagem de ler e escrever. A história brasileira desenha a mulher e seu processo de formação, como sendo amordaçada pelos princípios de obediência e submissão ao pai, marido e à religião. Como se pode observar, na historiografia tradicional não há lugar para uma mulher que se oponha e que conteste estes princípios. Houve mulheres, porem que procuram romper com os estereótipos da reclusão e submissão consagrados pela tradição histórica, certamente uma minoria, que em um primeiro momento não tiveram força suficiente para transformar sua forma de ver e viver o mundo em uma tendência dominante.
Falar em gênero é, portanto pensar não em homens e mulheres biologicamente diferenciados, mas em masculino e feminino como constituídos a partir de relações sociais fundadas nas diferenças entre os sexos, diferenças lentamente construídas e hierarquicamente determinadas.
Em meio ao preconceito, grandes talentos se perdem e são ofuscados, fazendo seu desempenho ser limitado. O preconceito contra as mulheres aparece dentro de suas próprias residências, o exemplo mais ativo são os afazeres domésticos, quando em dupla jornada, as mulheres trabalham e ao retornarem para sua moradia, tende a fazer limpeza e preparar a refeições para sua família.
Hoje a luta das mulheres é diversa, dependendo da cultura da conjuntura e das condições sócio-políticas de cada região brasileira. Passando pela igualdade de condições de oportunidades, trabalho e salário, pelo fim da violência doméstica e familiar, pelo direito ao aborto, por políticas de cotas em instâncias diretivas, pela paz, pela luta contra a violência sexual, o estupro e a fome.
Por fim, para entendermos o papel da mulher em uma sociedade, temos que conhecer a organização social, política e cultural desta sociedade.
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